Estudo mostra que pais da geração Z estão lendo menos para os filhos e outros artigos da semana – 16.05.2025

Nos artigos que publicamos hoje, você vai ler sobre: Estudo mostra que pais da geração Z estão lendo menos para os filhos, Brasileiro terá de trabalhar até mais tarde, mas mercado ainda resiste aos “grisalhos”, Rodrigo Faro é presença confirmada na Gramado Summit 2025, Como as marcas vão se comunicar no futuro?, Tentaram combater o monopólio do Google, mas tiro sai pela culatra e medida pode acabar com um dos únicos navegadores que compete com o Chrome e Kantar divulgou o ranking BrandZ.

 

Estudo mostra que pais da geração Z estão lendo menos para os filhos

Por Redação Radar

 

Recentemente, uma pesquisa realizada pela HarperCollins Publishers no Reino Unido revelou uma tendência preocupante entre os pais da geração Z: a diminuição do hábito de ler em voz alta para seus filhos. Este estudo aponta que menos da metade das crianças de 0 a 4 anos são frequentemente expostas à leitura, representando uma queda significativa em relação a 2012. A pesquisa também destaca diferenças de gênero, com meninos sendo menos lidos do que meninas na faixa etária de 0 a 2 anos.

Especialistas em desenvolvimento infantil, como Jocelyn M Wood, enfatizam a importância da leitura para o desenvolvimento da linguagem e das habilidades cognitivas. A falta de leitura pode resultar em deficiências nas habilidades de pensamento crítico e na alfabetização precoce, além de diminuir o tempo de vínculo entre pais e filhos. Essa tendência de declínio na leitura pode ter efeitos duradouros e negativos no desenvolvimento infantil.

 

Por que os pais da geração Z estão lendo menos para seus filhos?

Os resultados da pesquisa sugerem que muitos pais da geração Z não consideram a leitura uma atividade prazerosa. Apenas 40% dos pais entrevistados acham a leitura divertida, e um terço vê a leitura mais como uma obrigação escolar do que como um passatempo agradável. Além disso, muitos pais expressam o desejo de ter mais tempo para ler para seus filhos, mas enfrentam desafios como agendas lotadas e a pressão de outras responsabilidades.

Stephanie Al Otaiba, especialista em alfabetização, aponta que muitos pais podem não estar cientes do valor potencial da leitura em voz alta ou de como essa atividade pode ser envolvente. A percepção de que a leitura é uma tarefa escolar pode ser influenciada pelas dificuldades que as crianças enfrentam ao aprender a ler, o que pode desmotivar os pais a investir tempo nessa prática.

 

Qual é a importância da leitura para o desenvolvimento infantil?

Embora muitos reconheçam a importância da leitura, nem todos os pais percebem o impacto significativo que essa atividade pode ter no desenvolvimento infantil. Estudos indicam que crianças cujos pais leem para elas ouvem cerca de 1,5 milhão de palavras a mais até os cinco anos de idade em comparação com aquelas que não são expostas à leitura. Este fenômeno é conhecido como “lacuna de um milhão de palavras”.

A leitura em voz alta ajuda a desenvolver habilidades de linguagem e alfabetização, promove a comunicação e a curiosidade, e pode até mesmo fomentar a motivação para ler. Além disso, a leitura oferece às crianças a oportunidade de explorar conceitos e ideias que podem não fazer parte de sua vida cotidiana, ampliando seu conhecimento de mundo e empatia.

 

Como tornar a leitura atraente para pais e filhos?

Para facilitar a incorporação da leitura na rotina diária, especialistas sugerem que os pais reformulem a maneira como veem essa atividade. Não é necessário dedicar longos períodos à leitura; apenas 10 a 15 minutos diários podem fazer uma diferença significativa. Escolher livros divertidos e envolventes pode tornar a leitura uma experiência prazerosa tanto para os pais quanto para as crianças.

Jessica Sliwerski, cofundadora da Ignite Reading, recomenda que os pais permitam que seus filhos escolham os livros que desejam ler, mesmo que sejam histórias simples ou engraçadas. Essa liberdade pode ajudar a criar uma associação positiva com a leitura, transformando-a em uma atividade divertida e desejada.

 

Estratégias para incentivar o amor pela leitura

Para cultivar o amor pela leitura, é importante que os pais escolham livros que reflitam os interesses e a comunidade de seus filhos. Livros com elementos envolventes, como ilustrações ou páginas texturizadas, podem tornar a leitura mais interessante. Além disso, integrar diferentes tipos de mídia, como filmes ou vídeos relacionados ao tema do livro, pode expandir o conhecimento da criança e manter seu interesse.

Permitir que as crianças explorem livros por conta própria e, se possível, ler em diferentes idiomas, pode enriquecer ainda mais a experiência de leitura. Essas estratégias ajudam a criar um ambiente onde a leitura é vista como uma atividade agradável e enriquecedora, tanto para os pais quanto para os filhos.

 

 

Brasileiro terá de trabalhar até mais tarde, mas mercado ainda resiste aos “grisalhos”

Por Vandré Kramer

 

A transição demográfica no Brasil ocorre de forma acelerada e já se reflete no mercado de trabalho. Está crescendo a participação de pessoas mais experientes e diminuindo a das mais novas, e esse movimento só deve se fortalecer daqui em diante.

O percentual de jovens (14 a 25 anos) na força de trabalho chegou a 15,2% no quarto trimestre de 2024, o menor nível da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Em compensação, a participação de trabalhadores acima de 60 anos atingiu 8%, o maior patamar já registrado.

É um retrato do envelhecimento da força de trabalho brasileira. No ano passado, o grupo etário com maior participação deixou de ser o de 25 a 39 anos. A liderança agora é da faixa de 40 a 59 anos.

“O grupo de 60+ é o único segmento da população que continua aumentando. Este grupo, envelhecendo de forma ativa, pode continuar acrescentando e contribuindo para que o Brasil seja mais competitivo e produtivo”, destaca Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade no Brasil (ILC BR) e consultor da Bradesco Seguros.

Outro fator, apontado pelo pesquisador Rogério Nagamine Costanzi, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), é que as reformas da Previdência, especialmente a de 2019, tendem a prolongar a vida laboral das pessoas, por meio do aumento da idade de aposentadoria.

O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, autor de O Valor do Amanhã, enfatiza que, com esses cenários, será preciso reformular completamente o conceito de aposentadoria. “As pessoas vão ter de continuar trabalhando. Investir em educação e requalificação será essencial”, afirma.

O número de pessoas com mais de 60 anos na força de trabalho aumentou 70,6% entre os quartos trimestres de 2012 e de 2024, passando de 5,2 milhões para 8,9 milhões. Foi o maior aumento entre todos os grupos etários.

Um ponto preocupante nesse cenário é a possível perda de dinamismo econômico no curto prazo, com menos jovens ingressando no mercado e o estreitamento da base populacional. A mão de obra constitui fator essencial para a expansão do PIB. Especialistas temem que haja perdas na produtividade, um indicador em que o Brasil já não vai bem.

Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a produtividade no Brasil cresceu apenas 0,5% ao ano entre 1981 e 2024. Especificamente na última meia década, o avanço médio foi de apenas 0,3%.

O pesquisador da Fipe indica que o aumento da participação dos idosos é essencial para o crescimento econômico futuro do país, devido às tendências demográficas. Contudo, persistem dúvidas sobre a capacidade do mercado em absorver trabalhadores mais velhos, e problemas de saúde crônicos associados à idade continuam sendo obstáculos para sua maior participação.

 

Capital humano: qualificação como diferencial competitivo

Especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo identificam deficiência de qualificação técnica entre os mais jovens, enquanto profissionais mais velhos podem estar desalinhados das demandas atuais sem requalificação constante. Segundo os analistas, pessoas com maior escolaridade, mesmo em idade avançada, têm maior empregabilidade.

“Com saúde e conhecimentos, as pessoas continuam viáveis no mercado”, afirma Kalache, que também é ex-diretor do programa global de envelhecimento da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Costanzi, da Fipe, aponta que, para os que têm entre 60 e 69 anos, as maiores possibilidades de estar no mercado de trabalho são para os homens e para aqueles que têm pelo menos o ensino médio completo. As chances são menores para os que recebem pensões, aposentadorias ou o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A transformação no mercado brasileiro ultrapassa a questão etária. Candice Fernandes, country manager da consultoria italiana Stato Intoo, prevê uma mudança nas competências valorizadas pelo mercado. “Profissionais experientes possuem habilidades valiosas como inteligência emocional e gestão de crises. A idade não é barreira quando há aprendizado contínuo.”

As mudanças no cenário demográfico atual vão exiigir que os jovens profissionais adotem uma postura mais flexível. A carreira única para toda a vida torna-se obsoleta, sendo necessário desenvolver versatilidade para transitar entre diferentes funções ao longo da vida, destacam os especialistas.

“Os jovens precisam entender que a profissão que escolhem agora provavelmente não existirá daqui a 10 ou 15 anos”, alerta a pesquisadora Janaína Feijó, do FGV Ibre. Essa realidade reforça a necessidade de aprendizado contínuo, um esforço tanto individual quanto dependente de políticas públicas eficientes.

O ambiente de trabalho do futuro reunirá diversas gerações, exigindo uma nova postura colaborativa. Jovens precisarão aprender com profissionais experientes, enquanto os mais velhos deverão estar abertos à inovação. Essa sinergia pode suprir lacunas de habilidades e criar ambientes mais produtivos e inovadores.

 

Mercado de trabalho despreparado: barreiras estruturais e culturais

Apesar do contingente crescente de profissionais mais velhos que desejam e necessitam permanecer ativos, o mercado brasileiro mostra-se despreparado para absorver essa força de trabalho.

“Ainda não se sabe muito bem como lidar com essa questão, apesar de se reconhecer a importância da intergeracionalidade”, diz Clea Klouri, sócia e cofundadora do Data8, uma datatech especializada em análise de tendências de mercado para a população mais idosa.

Especialistas apontam que a sociedade, de modo geral, e as empresas, em particular, não acompanharam o ritmo acelerado do envelhecimento, falhando em criar as estruturas e políticas públicas necessárias para essa nova realidade.

O principal obstáculo para a integração de profissionais mais velhos é o etarismo, preconceito baseado na idade.

“Existe uma percepção equivocada de que profissionais acima dos 50 anos não servem mais para o mercado, como se não fossem adaptáveis ou resistissem a novas tecnologias”, diz Michelle Queiroz, diretora da Rede Longevidade e professora da Fundação Dom Cabral (FDC). Na prática, isso resulta, por exemplo, na eliminação prematura de currículos baseada apenas na idade, antes mesmo de qualquer avaliação de competências.

Outro problema é falta de programas específicos para absorver ou trazer de volta esse contingente ao mercado de trabalho. Mesmo quando essas pessoas estão dispostas a se requalificar, as portas do mercado frequentemente não se abrem para elas.

Pesquisa divulgada em novembro pela consultoria PwC Brasil e a Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV Eaesp) revela que, contrariando a tendência demográfica, 72% dos gestores de grandes empresas planejam contratar apenas pessoas abaixo dos 40 anos. Mais preocupante: 86% das instituições não têm planos de carreira para profissionais acima dessa faixa etária.

Fernandes identifica um componente econômico nesta equação: “Houve um processo de ‘juniorização’ das posições, em parte para reduzir custos com folha de pagamento” – uma estratégia de curto prazo que pode comprometer a produtividade e a transmissão de conhecimento nas organizações.

Para superar esse despreparo do mercado de trabalho, especialistas recomendam reconhecer que o preconceito etário representa uma ineficiência de mercado que desperdiça experiência valiosa.

A avaliação é de que a convivência de múltiplas gerações no ambiente de trabalho, embora desafiadora, potencializa a combinação de habilidades complementares e a transferência de conhecimento.

Klouri ressalta que as organizações precisam aproveitar melhor o conhecimento gerado e desenvolvido pelos profissionais mais experientes. Ela lembra que a experiência acumulada por esses profissionais frequentemente não é transmitida quando eles deixam a empresa, devido à ausência de metodologias para capturar esse conhecimento. “Essa transferência é essencial para a saúde organizacional, mas ainda não ocorre de forma consistente”, afirma.

 

Rodrigo Faro é presença confirmada na Gramado Summit 2025

Por Padrinho

O perfil multifacetado ajuda a explicar por que ele é uma das personalidades mais conhecidas do Brasil, segundo pesquisa do Instituto Ipsos. Rodrigo Faro é apresentador, acima de tudo, mas desempenha outros papéis pelos quais se destaca: ator, cantor e empresário. Faro também é palestrante e está confirmado para falar sobre “A Voz que Inspira” na 8ª edição da Gramado Summit. O festival de inovação ocorre entre os dias 4 e 6 de junho de 2025, no Serra Park, em Gramado. Ao todo, são mais de 500 palestrantes, em um ambiente de diversificação de ideias para o agora e para o futuro.

“O Faro é um fenômeno porque está em mais de um lugar ao mesmo tempo. Será inspirador para o público da Gramado Summit se aproximar do lado empreendedor dele e sentir de perto a energia desse showman”, diz o CEO da Gramado Summit, Marcus Rossi.

Rodrigo Faro tem tudo a ver com a Gramado Summit, pois se mantém atento a todas as mudanças midiáticas, tecnológicas e sociais desde que começou a carreira, ainda criança, fazendo comerciais para a televisão. Logo em seguida, mostrou seu lado apresentador, à frente do programa infantil “ZYB Bom”, na TV Bandeirantes. E dali não parou mais: cantou no grupo Dominó, lançou discos solo, fez novelas inesquecíveis como “O Cravo e a Rosa” e “A Indomada”, na TV Globo, até retomar a função de apresentador na TV Record. Recentemente, viveu um ícone da comunicação, Silvio Santos, no filme “Silvio”.

Com linguagem fluida, Faro navega facilmente entre as mídias tradicionais e o digital. O carisma e a presença maciça em diferentes canais fazem dele também um fenômeno de publicidade: são mais de 600 campanhas. A participação nesse meio despertou mais uma habilidade: a de executivo. Desde 2022, ele é Head de Marketing Institucional da farmacêutica EMS, onde ajuda a pensar em estratégias multicanais.

Além de executivo, Faro também empreende. É sócio da Aceleraí, uma agência que reúne uma gama de personalidades, de ex-atletas de ponta – como Cafu e os jogadores de vôlei Virna Dias e Giovane Gávio – a cantores e atores como Luiza Possi e Eri Johnson, passando pelo chef Henrique Fogaça. Segundo a empresa, são mais de 10 mil campanhas criadas.

 

SOBRE A GRAMADO SUMMIT

A 8ª edição da Gramado Summit ocorre de 4 a 6 de junho de 2025, no Serra Park, com

600 expositores e 400 palestrantes e especialistas. O evento contará, pela primeira vez, com patrocínio do Google Cloud. A empresa também marcará com estande próprio, apresentando soluções em tecnologia. Já a Magalu Cloud, plataforma de serviços de computação em nuvem da varejista, montará um estande de 200 m² e levará a Gramado um grupo de 200 pessoas. A presidente do Conselho de

Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano, fará a palestra de abertura da feira.

As duas marcas passam a integrar a lista de patrocinadores que inclui, entre outras empresas, os grupos Boticário e Coobrastur e Sicredi Pioneira e Icatu Coopera. O governo do Rio Grande do Sul é correalizador da feira. A expectativa é reunir 20 mil na Serra Gaúcha.

 

Como as marcas vão se comunicar no futuro?

Por Israel Izidro

 

Enquanto o foco nas redes sociais cresce cada vez mais com o imediatismo das novas gerações, uma parcela gigantesca do mercado segue sendo deixada de lado: o público 60+. E essa parcela só cresce. Estima-se que, até 2030, o número de idosos supere o de crianças no Brasil.

O Burger King Brasil já vem mostrando que está atento a isso, com campanhas que falam com públicos mais maduros — como o “Calvo Drive Thru”, “Compramos Seu Voto”, a homenagem aos advogados e, mais recentemente, a “Fogo e Ice”, no Carnaval, voltada exclusivamente para maiores de 18 anos.

Foi com esse olhar e muita pesquisa para sustentar a ideia que eu e meu dupla, Marcos Vinícius Izar Machado, desenvolvemos a campanha “Coroas do BK”, para a disciplina de Direção de Arte da faculdade – Universidade Católica de Santos, com o Professor Alexandre Barbosa.

A proposta? Atrair, com humor e afeto, pessoas com mais de 60 anos para o app do BK, oferecendo um Whopper gratuito. Uma forma de inclusão, reconhecimento e, claro, estratégia de marca.

Apesar da criação ser meu maior interesse, foi incrível mergulhar também na etapa de pesquisa, argumentação e defesa da ideia. Não dá pra resumir os quase 60 slides por aqui, mas a essência está aqui.

No fim, aprendemos que muitas oportunidades de comunicação não estão nas trends do TikTok, mas sim na sala de casa, com uma novela na TV e um café sendo passado. Esse público também movimenta a economia — e como movimenta. E merece se ver representado.

 

Tentaram combater o monopólio do Google, mas tiro sai pela culatra e medida pode acabar com um dos únicos navegadores que compete com o Chrome

Por Viny Mathias

 

O sistema judiciário dos Estados Unidos e a indústria de tecnologia acabam de se deparar com um enorme paradoxo: uma medida regulatória criada justamente para reduzir o poder do Google sobre a internet pode acabar eliminando um dos poucos verdadeiros concorrentes da empresa no setor de navegadores.

O Mozilla Firefox, um dos navegadores mais antigos do mercado, está enfrentando uma das maiores ameaças à sua existência desde sua criação: um declínio brutal no orçamento da Mozilla Foundation (que paga seus desenvolvedores) como resultado de medidas antitruste tomadas pelo Departamento de Justiça dos EUA.

 

O fim do monopólio do Google?

Desde setembro de 2023, o governo dos EUA está envolvido em uma batalha judicial contra o Google, acusando-o de manter um monopólio ilegal no mercado de pesquisa e publicidade online. Em agosto de 2024, um tribunal federal decidiu contra o Google, afirmando que seu domínio – com uma participação de mercado de 90% – é baseado em práticas de exclusão, como pagar fabricantes e desenvolvedores para serem seu mecanismo de busca padrão.

Entre as soluções propostas pelo Departamento de Justiça estão a proibição desses acordos de pesquisa padrão, a exigência de desmembrar partes dos negócios do Google, como o Chrome e o Android, e a exigência de licenciar os resultados da pesquisa para os concorrentes. A Mozilla, sendo diretamente afetada pelo possível fim do acordo com o Google, tornou-se uma peça-chave neste processo.

 

Por que isso afeta o Mozilla?

Há mais de uma década, a Mozilla mantém um acordo comercial com o Google, pelo qual este paga para tornar seu mecanismo de busca o padrão no Firefox. Este acordo representa quase 85% da receita da Mozilla Corporation, o braço com fins lucrativos da Mozilla Foundation.

O CFO da Mozilla, Eric Muhlheim, declarou recentemente que, sem essa fonte de receita, a organização, já com dificuldades financeiras, seria forçada a fazer “cortes significativos na empresa”, afetando principalmente a equipe de engenharia do Firefox. Essa situação iniciaria uma “espiral descendente”, na qual a redução na qualidade do produto levaria à perda de usuários, o que por sua vez agravaria ainda mais a situação financeira.

 

E por que a Mozilla não pode simplesmente mudar de parceiro?

Embora substituir o Google por outro provedor (como o Bing, por exemplo) possa parecer simples à primeira vista, os testes internos da Mozilla mostram o contrário: em um estudo conduzido entre 2021 e 2022, a troca silenciosa do mecanismo de busca padrão para o Bing resultou em uma redução significativa na receita

Além disso, o Bing não monetiza o tráfego tão eficientemente quanto o Google, limitando suas chances de fechar um negócio igualmente lucrativo. A Mozilla já havia tido uma experiência frustrada nesse sentido: entre 2014 e 2017, escolheu o Yahoo como seu mecanismo de busca padrão, mas a experiência foi tão negativa para os usuários que muitos abandonaram o Firefox de vez.

Apesar de reconhecer os riscos de depender de um único cliente, a Mozilla não encontrou uma solução viável a curto prazo. Enquanto empresas como a Opera conseguiram diversificar sua receita recorrendo à publicidade, a Mozilla enfrenta limitações adicionais devido ao seu compromisso com a privacidade, dificultando a implementação de modelos baseados em dados.

A organização começou a explorar outras fontes de receita, como projetos relacionados à IA e publicidade digital ética, mas estes ainda estão em estágios iniciais e não podem substituir a contribuição financeira do acordo com o Google no curto prazo.

 

Firefox: mais do que apenas um navegador

O potencial colapso do Firefox envolve muito mais do que o desaparecimento de um navegador. O Firefox é o único navegador importante cujo mecanismo de renderização (Gecko) não é controlado por uma grande empresa de tecnologia: seus principais concorrentes, Chrome e Edge, usam o Chromium, desenvolvido pelo Google, enquanto o Safari usa o WebKit, de propriedade da Apple.

O desaparecimento do Gecko significaria uma perda de diversidade tecnológica e uma padronização forçada do desenvolvimento web, deixando o controle da evolução da WWW nas mãos de um punhado de grandes corporações. Isso violaria os princípios de abertura pelos quais a Mozilla luta há décadas.

 

Kantar divulgou o ranking BrandZ

Por Hugo Rodrigues

 

Salve, salve, salve!!! A Kantar divulgou o ranking BrandZ das marcas mais valiosas do mundo em 2025. O ranking é baseado na metodologia exclusiva da Kantar, que cruza performance financeira com a percepção dos consumidores em mais de 50 países. Ou seja, não basta ter lucro — é preciso ser relevante, lembrado e desejado.

Repetindo o histórico de anos anteriores, a Apple mantém a liderança pelo quarto ano consecutivo, com um valor de marca de US$ 1,3 trilhão (a única da lista a alcançar o status de trilionária), representando mais de 12% do valor total do Top 100 global, que alcançou US$ 10,7 trilhões neste ano.

O grande destaque deste ano foi a estreia do ChatGPT, na 60ª posição com um valor de US$ 43,5 bilhões, sendo a marca estreante mais bem colocada desde a ascensão da NVIDIA em 2021.

Olha só alguns dados sobre o ranking deste ano:

Marcas de tecnologia ocupam 8 das 10 primeiras posições.

Desde 2006, o valor combinado das 100 marcas mais valiosas do mundo cresceu em US$ 9,3 trilhões e chegou a US$ 10,7 trilhões em 2025.

O valor combinado das marcas cresceu 29% em relação a 2024. Marcas de tecnologia, redes sociais e IA foram as principais responsáveis pela alta.

Dentre as 13 categorias analisadas pela pesquisa, o varejo foi o que apresentou maior alta: 48% de valorização das marcas do setor desde 2024, impulsionada sobretudo pelo e-commerce e fortalecimento das marcas próprias.

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