Nos artigos que publicamos hoje, você vai ler sobre: É por isso que adolescentes não devem estar em aplicativos de namoro,Lei Cidade Limpa: a São Paulo de 2006 quer te impedir de viver em 2025, Você pode treinar seu cérebro para ser mais feliz?, Personalidade sob pressão: pesquisa aponta traços de personalidade indicativos de burnout, Levantamento da Rock Encantech aponta as tendências no consumo de dermocosméticos por faixa etária em 2025, Faria Lima cria CEOs influenciadores para aumentar faturamento, Idosos que usam internet crescem quase quatro vezes em oito anos, Não confie na IA cegamente. Ela foi projetada para te agradar, Leitura ARP e Inovar para viver: como o varejo pode enfrentar a nova realidade econômica.
É por isso que adolescentes não devem estar em aplicativos de namoro
Por CNN Brasil
Uma nova pesquisa publicada esta semana no Journal of Psychopathology and Clinical Science revelou que adolescentes estão usando aplicativos de namoro com mais frequência do que se imaginava. O estudo apontou que 23,5% dos jovens entre 13 e 18 anos utilizaram esse tipo de plataforma ao longo de um período de seis meses — um índice superior às estimativas anteriores.
A novidade do estudo, segundo os pesquisadores, é que ele é o primeiro a monitorar o uso de aplicativos de namoro por adolescentes por meio da atividade no teclado do celular, e não apenas com base em relatos autodeclarados, como costuma ser feito.
Apesar de não haver diferença significativa, após seis meses, entre os níveis gerais de sintomas de saúde mental entre usuários e não usuários, o estudo observou que os adolescentes que usaram os aplicativos com mais frequência apresentaram mais sintomas associados à depressão maior.
“Essa pesquisa mostrou algum grau de associação entre o uso de aplicativos de namoro e o aumento de sintomas depressivos, além de maior envolvimento em comportamentos de risco”, explicou Lilian Li, autora principal do estudo e pesquisadora no Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento da Feinberg School of Medicine da Universidade Northwestern, em Chicago.
A amostra, porém, foi limitada: dos 149 adolescentes analisados, apenas 35 utilizaram aplicativos de namoro. Além disso, como o estudo monitorou apenas entradas no teclado, não foi possível captar outros tipos de interações, como curtidas ou visualizações de perfis.
Mesmo assim, especialistas afirmam que há motivos para os pais se preocuparem. Aplicativos de namoro podem representar riscos adicionais para os adolescentes, como exposição a predadores sexuais, segundo alertam pesquisadores. Há ainda o perigo do catfishing, quando alguém se passa por outra pessoa para manipular emocionalmente o jovem e obter imagens íntimas, que podem ser usadas para extorsão ou chantagem.
Esses riscos são preocupantes mesmo entre adultos, mas se agravam entre adolescentes, cujo cérebro ainda está em desenvolvimento e tende a assumir mais riscos em busca de recompensas, de acordo com o Centro para o Adolescente em Desenvolvimento da UCLA.
“O estudo mostrou que adolescentes que já se envolvem em outros comportamentos de risco, como uso de substâncias e quebra de regras, também são mais propensos a usar aplicativos de namoro”, aponta Li.
Outro fator preocupante é que os adolescentes podem não estar preparados para reconhecer possíveis armadilhas online, como um relacionamento com um adulto criminoso, ou para avaliar as consequências de marcar encontros presenciais com desconhecidos da internet.
Em resposta à pesquisa, o Match Group — dono do Tinder, aplicativo mais usado entre os adolescentes estudados — afirmou que “menores de idade não são permitidos em nossas plataformas, ponto final”. A empresa também destacou o uso de tecnologias como verificação de idade com IA, bloqueio de dispositivos, moderação humana e parcerias com organizações como a THORN e a ROOST, voltadas à segurança infantil.
A empresa ressalta ainda que as estatísticas da pesquisa incluem “aplicativos de descoberta social”, que são diferentes dos de namoro. No entanto, o problema vai além dos riscos de segurança. Especialistas alertam que o uso precoce dessas plataformas pode atrapalhar o desenvolvimento de habilidades interpessoais importantes para a construção de relacionamentos saudáveis e duradouros.
Relacionamentos bem-sucedidos dependem de habilidades como diálogo, empatia e resolução de conflitos — competências que se desenvolvem em interações reais. Pesquisas de Harvard mostram que relações próximas e saudáveis são fundamentais para a felicidade e até para a saúde física.
Em entrevistas para um livro sobre o tema, usuários relataram que os aplicativos fazem com que os relacionamentos pareçam descartáveis. “Se alguém te desagrada por qualquer motivo, basta entrar no app e encontrar outra pessoa”, afirmou uma das entrevistadas.
Diante desse cenário, os especialistas recomendam que os pais conversem com os filhos sobre o uso de aplicativos e alternativas mais saudáveis de socialização, como atividades extracurriculares e encontros presenciais com colegas. Também é importante preparar os adolescentes para o uso responsável dessas plataformas no futuro, com dicas práticas de segurança: fazer chamadas de vídeo antes de encontros, marcar encontros em locais públicos, informar familiares sobre o local e evitar ficar a sós com alguém até haver confiança.
Embora muitos pais acreditem que seus filhos jamais usariam aplicativos de namoro ou se encontrariam com desconhecidos, os dados sugerem o contrário. Por isso, é essencial manter o diálogo aberto e ajudar os adolescentes a desenvolver relacionamentos mais saudáveis — fora das telas.
Lei Cidade Limpa: a São Paulo de 2006 quer te impedir de viver em 2025
Por Antonio José
Imagine um cenário urbano congelado no tempo, onde a paisagem visual segue as diretrizes de um mundo pré-iPhone, pré-streaming, pré-Waze.
Agora pare de imaginar: isso é São Paulo sob a Lei Cidade Limpa, sancionada em… 2006.
Sim, 2006.
Quando o Orkut era rede social dominante, o celular mais vendido no Brasil era o Motorola V3 e o auge do entretenimento era o humor facilmente cancelado hoje do “Casseta & Planeta”.
Tratar essa legislação como se fosse inquestionável é ignorar duas décadas de transformação tecnológica e social.
Hoje temos mais recursos, mais fiscalização, mais responsabilidade ambiental, mais ferramentas de controle e impacto muito menor. Insistir no mesmo modelo de 2006 é como usar o mesmo computador de 2006 e reclamar que o mundo está lento.
A proposta de revisão da Lei abre a possibilidade de instalação de publicidade digital em áreas degradadas ou subutilizadas da cidade — locais que pedem há anos por atenção do poder público.
Mas o debate tem sido menos racional e mais estratégico. Não se trata de “indignação espontânea”. Trata-se de uma máquina operando para manter o status quo.
Narrativas cuidadosamente construídas tentam associar o projeto a uma “volta ao caos”, quando, na prática, ele pode ser a chave para revitalizar regiões esquecidas da cidade.
O exemplo icônico é a Times Square verdadeira, em Nova York. Até os anos 90, era um lugar perigoso, marginalizado, abandonado.
A introdução da mídia digital, combinada com políticas urbanas inteligentes, ajudou a transformá-la em um dos pontos turísticos mais visitados do mundo.
Em 2023, foram mais de 50 milhões de visitantes.
Se a Publicidade é a raiz de todo mal, alguém avise a Nova York que ela, e outras tantas capitais no mundo todo, que estão fazendo errado.
Inclusive, muitas capitais europeias mantém prédios históricos restaurados com bolso privado às custas da publicidade.
Você pode treinar seu cérebro para ser mais feliz?
Por Aline Cambuy
A felicidade pode ser aprendida. Essa é a proposta de campos como a psicologia positiva, a neurociência e a ciência do bem-estar, que indicam ser possível desenvolver hábitos mentais e comportamentos capazes de fortalecer a saúde emocional. Essa abordagem ganha força na programação do VIII Congresso Internacional de Felicidade, que acontece nos dias 8 e 9 de novembro, em Curitiba, com palestrantes como Tal Ben-Shahar, Rossandro Klinjey, Monja Coen, Leandro Karnal, Ana Paula Padrão e Murilo Rosa.
Essa proposta de que a felicidade pode ser cultivada intencionalmente vem sendo respaldada por estudos científicos em diversas partes do mundo. Pesquisas da Universidade de Bristol, no Reino Unido, por exemplo, apontam que cursos baseados em psicologia positiva promovem aumento de 10% a 15% no bem-estar dos participantes. No entanto, para manter esses ganhos, é necessária a prática constante. “Assim como não basta frequentar a academia uma única vez para manter o corpo em forma, o cérebro também precisa de treino frequente para reter os benefícios da felicidade”, compara Gustavo Arns, idealizador do Congresso.
Arns tem mestrado em Estudos da Felicidade pela Centenary University (EUA), ele explica que práticas como meditação, gratidão e gentileza estão entre as ferramentas mais eficazes para reconfigurar padrões emocionais e fortalecer o bem-estar de forma sustentável.
“O Congresso Internacional de Felicidade propõe uma imersão que vai além do discurso, oferecendo experiências que realmente permitem treinar o cérebro para cultivar felicidade no dia a dia. A ciência já mostrou que é possível desenvolver competências emocionais por meio da prática, e o Congresso é um espaço para vivenciar isso na prática”, afirma Arns.
A neurociência confirma essa possibilidade por meio do conceito de neuroplasticidade, que demonstra como circuitos cerebrais podem ser modificados com o tempo. Práticas como o registro diário de gratidão elevam os níveis de felicidade e reduzem sintomas depressivos. A meditação mindfulness estimula regiões ligadas à empatia e ao autocontrole, além de modular a atividade da amígdala emocional — área associada ao medo e ao estresse. Já os atos de gentileza e conexão social aumentam a produção de serotonina e ocitocina, que reforçam o vínculo humano e a sensação de bem-estar.
Esse olhar ganha respaldo no Relatório Mundial da Felicidade (World Happiness Report 2025), divulgado em março pela Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo mostrou que a confiança nas outras pessoas, como acreditar que alguém irá devolver uma carteira perdida, é um dos fatores mais fortemente associados à felicidade populacional. O relatório também destacou que compartilhar refeições e ter com quem contar são preditores de bem-estar ainda mais relevantes do que renda ou expectativa de vida. Desta forma, o estudo evidencia que somos mais felizes quando estamos conectados e nos sentimos cuidados.
Elaborado com base na percepção das populações sobre sua própria qualidade de vida, o relatório também apresenta um ranking dos países mais felizes do mundo. Em 2025, o Brasil ocupa a 36ª posição, subindo oito colocações em relação ao ano passado. É o segundo país sul-americano mais bem colocado, atrás apenas do Uruguai, que aparece em 29º lugar.
O Congresso Internacional de Felicidade mostrará como aplicar esses aprendizados na vida real, com uma programação que inclui conhecimento teórico e prático, vivências, painéis sobre saúde mental no trabalho, feira do bem-estar e apresentações culturais. A proposta é oferecer uma abordagem científica, sensorial e transformadora da felicidade, que une conhecimento, prática e experiência.
Congresso Internacional de Felicidade reúne grandes nomes para traduzir a ciência da felicidade
Entre os destaques da programação de 2025 está o psicólogo Tal Ben-Shahar, um dos principais especialistas em psicologia positiva no mundo. Doutor por Harvard, Ben-Shahar defende que o maior obstáculo à felicidade hoje é o estresse crônico e a negligência com o descanso. Em sua palestra, ele abordará como práticas simples e constantes de recuperação emocional podem ser mais eficazes do que o combate direto ao estresse — reforçando que felicidade também é resultado de pausas conscientes. A palestra será em inglês, com tradução simultnea.
Outro nome que conecta teoria à prática é o psicólogo e escritor Rossandro Klinjey, que falará sobre perdão como caminho de cura interior. Conhecido por traduzir conceitos complexos da Psicologia de forma sensível e acessível, Klinjey tem se dedicado ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais e à promoção da saúde emocional em diferentes contextos — de escolas a empresas.
A espiritualidade como ferramenta de transformação também está presente na programação, representada pela Monja Coen, referência do Zen Budismo no Brasil. Em sua fala, ela abordará o contentamento como estado de presença, equilíbrio e aceitação — valores que, segundo ela, podem ser cultivados com práticas diárias de atenção plena.
Compondo esse panorama de múltiplas perspectivas, o historiador Leandro Karnal propõe reflexões sobre propósito, ética e escolhas conscientes. Com linguagem envolvente e profunda, ele convida o público a pensar sobre o que nos move — e como decisões individuais e coletivas moldam o caminho para uma vida mais significativa.
A jornalista Ana Paula Padrão também integra a programação com uma palestra sobre motivação, entusiasmo, propósito e realização. Com 27 anos de carreira na televisão, tendo atuado nas principais emissoras do país e apresentado por uma década o Masterchef Brasil, Ana Paula agora foca na atuação empresarial. Em sua fala, compartilha aprendizados sobre protagonismo e transformação, especialmente a partir de sua experiência na capacitação de mulheres. Em 2023, passou a ministrar aulas de oratória na escola de negócios Conquer e, atualmente, está à frente da Unna — sua unidade de negócios voltada à formação de lideranças femininas.
Já o ator Murilo Rosa traz para o palco do Congresso a palestra “Terceiro Sinal”, um relato sobre energia, superação e escuta interior. Ex-atleta de taekwondo e premiado ator da televisão e teatro brasileiros, Murilo compartilha sua trajetória de transição entre o esporte de alto rendimento e a arte, sempre pautada pelo entusiasmo e pela coragem de mudar. Embaixador brasileiro do taekwondo e defensor de causas ligadas ao desenvolvimento social, ele convida o público a olhar para si com generosidade e a enxergar o movimento como caminho de felicidade.
Personalidade sob pressão: pesquisa aponta traços de personalidade indicativos de burnout
Por Emilia Bertolli
Desde o fim de maio passado, as empresas brasileiras discutem um novo marco legal sobre saúde mental no ambiente corporativo. A atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), cuja obrigatoriedade de implementação foi adiada para 2026, prevê que as organizações identifiquem e mitiguem riscos psicossociais como estresse, assédio moral e sobrecarga emocional. Nesse contexto, gestores e profissionais de Recursos Humanos precisam compreender, mais do que nunca, as diferenças individuais e condições de trabalho que podem levar ao burnout.
Estudos recentes da Hogan Assessments – uma das maiores editoras de testes psicológicos do mundo, com foco na avaliação da personalidade no trabalho – apontam que determinados traços de personalidade podem levar algumas pessoas a experimentarem o esgotamento profissional mais rápido que outras.
“O burnout não é apenas resultado de características individuais; ele decorre de uma combinação de fatores. Ambientes tóxicos, demandas excessivas e chefias hostis podem levar ao esgotamento até o profissional mais resiliente”, alerta Roberto Santos, sócio-diretor da Ateliê RH, empresa que distribui os assessments Hogan no país.
Maior suscetibilidade ao estresse
A pesquisa da Hogan, feita a partir das respostas dos testes psicológicos da empresa, o que configura uma base de milhares de respostas ao redor do mundo – inclusive no Brasil – aponta que, embora qualquer pessoa esteja sujeita ao estresse crônico, dois traços estão associados a um risco maior de burnout: escores baixos nas escalas Ajustamento e Ambição – medidas utilizadas para se avaliar os traços de personalidade de um indivíduo.
“O traço de Ajustamento refere-se à estabilidade emocional e resiliência a pressões diárias. Pessoas com baixa pontuação nessa escala são mais sensíveis ao estresse e menos resilientes, ficando suscetíveis à exaustão durante longos períodos de tensão. Elas têm elevada autocrítica, sentem-se facilmente sobrecarregadas, preocupadas e inseguras sob pressão, e apresentam dificuldade em “desligar” emoções negativas após o expediente”, explica Santos.
Já profissionais com baixa pontuação em Ambição revelam perfis que se dedicam ao trabalho sem buscar avanço a posições de liderança. Geralmente, não gostam de competir e podem se sentir sobrecarregados quando precisam assumir responsabilidades adicionais ou se comprometer com metas ambiciosas.
A pesquisa da Hogan Assessments também identificou 11 comportamentos do chamado lado “sombra” da personalidade ou “descarriladores de carreira”, comportamentos que podem tirar a carreira profissional dos trilhos. Dois desses traços são indicativos de maior propensão à doença: escores elevados nas escalas Temperamental e Cauteloso.
De acordo com o estudo, profissionais com uma alta pontuação na escala Temperamental são pessoas muitas vezes, apaixonadas pelo que fazem, e bastante enérgicas, porém emocionalmente voláteis – com tendência a oscilar do entusiasmo à frustração rapidamente. Esse mesmo fervor que os impulsiona pode levá-los ao esgotamento, pois costumam ter maior dificuldade em gerenciar emoções negativas por se fustrarem facilmente, o que pode levar ao estresse prolongado.
“Por outro lado, indivíduos com pontuações elevadas em Cauteloso tendem a evitar riscos por medo de falhar. Embora prudentes, hesitam na tomada de decisões em ambientes de alta pressão, paralisando-se diante da possibilidade de erro, o que aumenta a sensação de sobrecarga e exaustão”, alerta o executivo.
Como identificar riscos no cotidiano corporativo
No dia a dia, profissionais com baixa estabilidade emocional (Ajustamento) frequentemente reagem intensamente a contratempos. Pequenas mudanças, conflitos ou cobranças adicionais podem gerar níveis desproporcionais de estresse ou irritação. Esses indivíduos demonstram mudanças de humor frequentes, pessimismo e dificuldade de concentração. Quando também apresentam baixa Ambição, tendem a evitar desafios ou grandes responsabilidades, permanecendo em suas zonas de conforto.
“No curto prazo, isso pode funcionar como mecanismo de proteção. Porém, em cargos de alta demanda, resulta em acúmulo de tarefas, adiamento de decisões importantes e sensação de incapacidade diante de exigências crescentes, levando ao burnout”, explicaSantos.
Profissionais com traços Temperamental e Cauteloso deixam claras pistas de risco no cotidiano. Um gestor com alto traço Temperamental inicia projetos com entusiasmo, mas desanima rapidamente frente a obstáculos, tornando-se emocionalmente imprevisível. Essa instabilidade cria insegurança na equipe.
Já o profissional excessivamente Cauteloso mostra relutncia em tomar decisões difíceis ou inovar, avaliando excessivamente riscos mínimos. Em ambientes acelerados, essa hesitação pode levar à perda de prazos e oportunidades, acumulando pressão sobre si e colegas. Sua necessidade constante de validações amplifica o estresse e pode afetar o ambiente organizacional.
Burnout como fenômeno sistêmico
O burnout não é apenas um problema individual, mas organizacional e cultural. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica-o como “fenômeno ocupacional”, resultado de estresse crônico no trabalho mal gerenciado.
O esgotamento surge quando há descompasso persistente entre demandas do trabalho e capacidade do indivíduo para supri-las. Embora fatores de personalidade influenciem, o contexto é determinante: em uma cultura saudável e com gestão sustentável, até pessoas predispostas podem evitar o burnout; já ambientes tóxicos prejudicam até os profissionais mais resilientes.
Pesquisas da Gallup mostram que principais causas de burnout estão ligadas ao ambiente e às práticas de gestão: tratamento injusto, cargas excessivas, falta de clareza, ausência de apoio das lideranças e prazos irreais. A conclusão dominante dessa pesquisa é clara: “as pessoas deixam os chefes, não as empresas”.
Uma análise da McKinsey também indica que locais de trabalho hostis, com liderança abusiva ou demandas excessivas, elevam drasticamente as taxas de burnout. Funcionários em ambientes tóxicos têm probabilidade muito maior de se desligar devido ao esgotamento. Demandas crônicas que superam recursos disponíveis, como equipes reduzidas após demissões sem ajustes equivalentes nas metas, causam sobrecarga, jornadas excessivas e estresse exacerbado. Todos esses fatores residem na esfera de responsabilidade das organizações.
Estratégias de mitigação
Enfrentar o burnout exige um olhar integrado. “Compreender quem somos afeta nossa reação às pressões, mas é a cultura e a estrutura ao nosso redor que definem o limite entre desafio saudável e sobrecarga”, ressalta Roberto Santos.
Para profissionais de RH, mapear e gerir proativamente as vulnerabilidades comportamentais das equipes e dos líderes desde a contratação é tão estratégico quanto gerenciar produtividade, orçamento ou inovação.
“A mensagem é clara: o investimento em avaliações que identifiquem essas vulnerabilidades comportamentais não é só uma boa prática, mas uma estratégia essencial para promover ambientes saudáveis e produtivos, especialmente diante da nova exigência da NR-1”, conclui o especialista.
Levantamento da Rock Encantech aponta as tendências no consumo de dermocosméticos por faixa etária em 2025
A Rock Encantech, referência em soluções para engajamento de clientes na América Latina, divulgou um levantamento focado no comportamento de consumo de dermocosméticos no canal farma entre janeiro e maio de 2025. Com base na análise nacional de 800 mil transações realizadas por 600 mil shoppers, a pesquisa foi feita a partir das tendências por faixa etária, inclusive mostrando o aumento constante da procura por esses produtos pelo público mais jovem.
Os consumidores de até 19 anos, por exemplo, concentram mais de 56% do consumo na categoria Dermo Rosto, especialmente com itens de limpeza e tratamento facial (29,45%). Em seguida, as prioridades são hidratação (19,13%), protetor solar (11,99%), clareadores (4,46%) e antiacneicos (3,11%).
“Principalmente por conta da influência das redes sociais e dos criadores de conteúdo, as rotinas diárias de skincare estão sendo consolidadas desde cedo. Além disso, um estudo feito pela Universidade de Boston, aponta que o aumento na frequência das pessoas em videoconferências durante e após a pandemia da COVID-19 fez com que 77% das pessoas acreditem que um procedimento estético ajudaria na autoestima”, afirma o VP de Varejo e Indústria da Rock Encantech, Fernando Gibotti.
Idades mais avançadas
Quando a pesquisa aborda os consumidores de 20 a 49 anos — que englobam as faixas de 20 a 29, 30 a 39 e 40 a 49 —, a categoria Dermo Rosto também se destaca, representando mais de 60% do faturamento. Apesar disso, existem outras particularidades; por exemplo, há uma presença de 5,38% dos produtos Dermo Infantil entre os shoppers de 30 a 39 anos, reflexo daqueles que têm filhos pequenos.
Para Gibotti, esse recorte também revela que essas faixas etárias priorizam uma rotina de skincare mais estruturada, focando em prevenção e estética. “É possível perceber a importância do protetor solar e da hidratação, por causa da maior exposição às luzes de computadores e escritórios, além das oscilações hormonais. Outro ponto é que a busca por fórmulas que trazem resultados visíveis, com colágeno e ácido hialurônico, indica que são pessoas conectadas às tendências”, diz.
Já aqueles acima dos 50 anos — incluindo consumidores de 50 a 59, 60 a 69, 70 a 79 e mais de 80 — demonstram novas preferências, como a categoria Dermo Corpo, acima dos 25% em todas as idades. O mesmo pode-se dizer dos produtos de Dermo Nutricosméticos, que variam entre 9% e 13% e trazem fórmulas com colágeno hidrolisado, ácido hialurônico, vitamina C, dentre outros ativos.
Apesar disso, a Dermo Rosto não fica para trás e ainda representa pelo menos 40% do faturamento total. Contudo, há uma queda na participação dos protetores solares, que fica entre 18% e 25%. Isso se deve, principalmente, à incorporação do fator de proteção em produtos anti-idade, que transitam entre 19% e 34%.
“Nas maiores faixas etárias, é visível que o cuidado com o corpo começa a tomar forma devido à consequência da queda natural na produção de colágeno e elastina, que diminui a elasticidade da pele e a torna mais ressecada”, explica o executivo. “No âmbito facial, o que domina é o uso combinado de cremes antissinais e hidratantes, ajudando a reduzir marcas de expressão”, complementa.
O VP de Varejo e Indústria da Rock Encantech ainda ressalta que todos os dados da pesquisa comprovam o quanto o público está mais exigente, por isso os varejistas precisam acompanhar o seu comportamento pensando tanto na oferta de produtos quanto na comunicação com o shopper. “Questões como bem-estar, autoestima e cuidado completo precisam ser trabalhadas nas fórmulas, mas também posicionadas com clareza nas gôndolas, nas embalagens e nos atendimentos personalizados. A longo prazo, essa preocupação com os interesses mais específicos do cliente resultam no aumento de confiança na marca”, conclui.
Sobre a Rock Encantech
A Rock Encantech é um ecossistema de soluções que conecta dados, tecnologia e relacionamento para transformar o conhecimento do cliente em valor real para negócios e consumidores. Atua com estratégias de engajamento B2B2C, combinando inteligência artificial, ciência do consumo e automação para personalizar jornadas e maximizar resultados. A empresa entrega soluções completas em dados, mídia, fidelização e insights acionáveis, ajudando marcas e varejistas a reduzir desperdícios, aumentar a recorrência de compra e tomar decisões mais estratégicas com base no comportamento real do cliente.
Atualmente, a Rock Encantech atende a segmentos como supermercados, farmácias, material de construção, pet shop, moda, cosméticos, shopping centers e mercado de luxo, onde já soma mais de 130 milhões de usuários cadastrados nos programas dos parceiros, identificando mais de R$ 310 bilhões de GMV e 1,3 bilhão de transações por ano.
Faria Lima cria CEOs influenciadores para aumentar faturamento
Por Gueratto Press
Enquanto o mercado enfrenta incertezas econômicas, empresários brasileiros estão investindo cada vez mais em uma nova moeda de valor: a autoridade. Nos últimos anos, houve um crescimento de 30% na demanda por capacitação executiva, com foco em temas como posicionamento digital, marketing estratégico e branding pessoal. O fenômeno ganhou ainda mais força com a popularização das redes sociais como canal de negócios. Empresas lideradas por CEOs ativos nas mídias, têm 40% mais chances de atrair investidores e fechar grandes contratos. A tendência, que até pouco tempo parecia restrita aos escritórios de vidro da Faria Lima, agora se espalha por todo o país e começa a moldar o perfil dos líderes das pequenas e médias empresas. Nos bastidores do varejo, da indústria e dos serviços, os empresários estão aprendendo a vender primeiro a si mesmos, e só depois, suas soluções. Essa virada de chave tem impulsionado o mercado de educação corporativa e transformado o branding pessoal em um novo pilar do crescimento empresarial. A lógica é simples: quem é visto, é lembrado.
Na linha de frente dessa transformação está o mercado de educação empresarial, que tem se adaptado para atender uma nova demanda dos líderes brasileiros: dominar não apenas gestão e estratégia, mas também narrativa e presença digital. A tendência acompanha a valorização crescente da figura do CEO como comunicador da própria marca. Segundo pesquisa inédita do Grupo X, hub de educação empresarial, realizada com com empresários de diferentes regiões do Brasil, 41,7% buscam capacitação com o objetivo de estimular a inovação e a adaptação ao mercado. Em paralelo, temas como branding pessoal, marketing estratégico e autoridade digital ganham espaço entre as prioridades de formação, com empreendedores buscando se posicionar de forma mais ativa nas redes e ampliar sua influência para além dos limites operacionais da empresa.
O impacto desse movimento já é percebido na forma como empresários se posicionam. “Antes, o foco estava apenas na operação. Hoje, os empresários entendem que a forma como se comunicam também influencia diretamente no crescimento da empresa”, afirma Jorge Kotz, CEO do Grupo X. O crescimento da busca por capacitações voltadas ao marketing estratégico e ao branding pessoal reflete uma mudança mais ampla no perfil do empreendedor brasileiro, que agora vê na própria imagem uma alavanca de vendas, reputação e acesso a oportunidades antes restritas a grandes marcas. Nesse contexto, surgem hubs de educação empresarial, como o Grupo X, que tem estruturado formações específicas para atender essa nova demanda. Em vez de focar apenas na gestão tradicional, os programas mais procurados hoje combinam conteúdo técnico com estratégias de posicionamento e influência, ocupando um lugar central nas estratégias de crescimento de pequenas e médias empresas em todo o país.
Idosos que usam internet crescem quase quatro vezes em oito anos
Por Bruno de Freitas Moura
De 2016 a 2024, o número de idosos que acessam a internet saltou de 6,5 milhões para 24,5 milhões. Esse crescimento representa alta de 278%, ou seja, quase quadruplicou. Observando de outro ângulo, esses números revelam que, em 2016, 44,8% das pessoas com 60 anos ou mais utilizavam a internet. Em 2024, o patamar alcançou praticamente 70% (69,8%) dos idosos.
Os dados fazem parte de um suplemento sobre tecnologia da informação e comunicação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os pesquisadores visitaram domicílios no último trimestre de 2024 e fizeram perguntas sobre os hábitos dos brasileiros 90 dias antes da realização da pesquisa. O levantamento traz dados desde 2016.
O analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto Fontes, destaca que os idosos têm aumentado o acesso ano a ano, embora ainda sejam o grupo que menos usa a rede.
A oferta de serviços fornecidos pela internet é um dos motivos que explicam essa ampliação, acredita Fontes.
“Eu acho que a internet tem feito cada vez mais parte do cotidiano da sociedade, de uma forma geral. Muitos serviços são acessados pela internet, as pessoas, muitas vezes, se comunicam pela internet, muitas vezes é importante para o trabalho das pessoas”, descreve o analista.
Dos 24,5 milhões de idosos com acesso à internet, 87,9% usavam a rede todos os dias.
Quase 170 milhões
Em 2024, 168 milhões de pessoas que acessaram a internet no Brasil, o que representa 89,1% da população com 10 anos ou mais de idade.
A pesquisa do IBGE revelou que, entre os principais usos da internet, estão enviar e receber mensagens, comunicação e acesso a bancos.
Evolução do acesso à internet (percentual da população com 10 anos ou mais)
2016 66,1%
2017 71,1%
2018 76,2%
2019 79,5%
2020* –
2021 84,7%
2022 87,2%
2023 88%
2024 89,1%
*Por causa da pandemia de covid-19, a pesquisa não foi realizada em 2020
O levantamento mostra que 95,2% das pessoas que utilizam a internet o fazem diariamente. Apenas 0,6% usa menos de uma vez por semana.
O celular é meio de acesso para 98,8% das pessoas que acessam a internet.
Desde o início da pesquisa, houve duas tendências notáveis: por um lado, os computadores, sejam PCs ou notebooks, perderam a preferência das pessoas. Em 2016, 63,2% acessavam a internet pelo computador, patamar reduzido para 33,4% em 2024.
No sentido contrário, aparelhos de TV passaram a ser mais utilizados, saltando de 11,3% da preferência em 2016 para mais da metade (53,5%) em 2024.
Os pesquisadores identificaram que, dos 80 milhões de domicílios do país, 74,9 milhões (93,6%) tinham acesso à internet. Em 2016, eram 70,9%.
Nos domicílios com internet, o rendimento médio mensal por pessoa era de R$ 2.106. Nas casas sem internet, R$ 1.233.
Praticamente todos (99,9%) os domicílios do país que têm internet fazem a conexão por banda larga, seja fixa ou móvel.
Urbana x rural
O estudo do IBGE revela desigualdades regionais relacionadas ao acesso à internet. Enquanto na área urbana, 94,7% dos lares têm internet, na zona rural o índice é de 84,8%.
Ao observar o número de pessoas, os pesquisadores identificaram que diminuiu a distância entre a cidade e o campo.
Pessoas que utilizaram a internet
Área urbana Área rural
2016 71,4% 33,9%
2024 90,2% 81%
“Houve um crescimento muito acelerado do uso da internet entre população residente em áreas rurais, diminuindo a diferença em relação à área urbana”, diz Fontes, que enfatiza: “O acesso à população rural não [se dá] necessariamente no domicílio, mas em qualquer local.”
Internet das coisas
Os chamados dispositivos inteligentes acessados pela internet, como câmeras, caixas de som, lâmpadas, aparelho de ar condicionado e geladeiras estão ficando, aos poucos, mais comuns nas casas. Em 2022, 14,3% dos endereços tinham ao menos um desses aparelhos, percentual que subiu para 18,1% em 2024.
Analisando pela localidade, 19,1% dos domicílios em áreas urbanas têm dispositivos inteligentes. Nas áreas rurais, o percentual cai para 8,8%.
Não confie na IA cegamente. Ela foi projetada para te agradar
Por Victória Anhesini
A inteligência artificial (IA) já tem papel relevante na jornada dos investidores brasileiros, que começam buscando informações financeiras com influenciadores digitais e, à medida que aprofundam o conhecimento, passam a usar a IA para validar decisões. O diagnóstico é de Renato Dolci, especialista em marketing digital e análise de dados e diretor da Timelens, durante painel da Pop-Up InfoMoney na Expert XP 2025.
“O brasileiro é obcecado por buscar informações de finanças na internet, mas um ponto de atenção é que a inteligência artificial já tem relevância nas pesquisas”, afirmou Dolci. O especialista contou que já há um grande público nos Estados Unidos que considera a IA prioritária na hora de tomar decisões financeiras, confiando mais nela do que em assessores e influenciadores.
Majoritariamente, esse público utiliza a IA para fazer uma “dupla verificação” sobre informações passadas por assessores de investimentos. Porém, o especialista ressalta que a IA não conhece o perfil do usuário, e por isso é importante considerar isso antes de tomar decisões. O maior problema é a confiança em excesso: “O usuário acha que a inteligência artificial tem isenção e imparcialidade, mas isso é falta de conhecimento. As IAs usam as informações de influenciadores como base para as respostas”.
Ele explica que esse é o principal motivo que leva o usuário a mudar de influenciador e assessor para a IA. Esse suposto contraponto faz o investidor confiar mais na IA, mas Dolci alerta: “Não confie na IA cegamente. Ela foi projetada para te agradar, ela é treinada para isso”.
Elite InfoMoney
Durante o painel, foi anunciada a expansão da premiação Elite InfoMoney, um selo de conteúdo que reconhece os principais destaques em diversas áreas das indústrias de Finanças, Mercados e Negócios. A premiação retorna com o ranking dos principais creators de finanças do país, cujo lançamento oficial está previsto para 4 de agosto.
A metodologia foi desenvolvida pela Timelens, que aplicou filtros e categorias para elaborar o ranking. Entre os critérios estão: se a base do público é brasileira, se os influenciadores realmente abordam finanças em seus conteúdos, o engajamento dos perfis, a quantidade de seguidores reais (considerando a presença de seguidores robôs em diversas redes sociais), entre outros.
Leitura ARP
O LeiturARP de julho chegou com uma leitura imperdível, selecionada pela nossa parceira TAG Livros! O romance é “Tudo de Bom Vai Acontecer”, da autora nigeriana-americana Sefi Atta.
Vencedor do prestigiado Wole Soyinka Prize, um dos principais prêmios da literatura africana, este romance cativante te convida a mergulhar em uma história de amizade, superação e as complexidades da Nigéria.
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Inovar para viver: como o varejo pode enfrentar a nova realidade econômica
Por Julio Bastos *
Diante de um cenário de inflação persistente, queda na confiança do consumidor e aumento da competitividade, o varejo brasileiro vive uma de suas fases mais desafiadoras dos últimos anos. A combinação envolvendo margens cada vez mais apertadas, além de oscilações nas vendas exige dos varejistas decisões rápidas e estratégicas visando a sustentabilidade do negócio. É nesse contexto que a otimização de processos passa a receber uma atenção especial e ganha o protagonismo como ferramenta de sobrevivência e crescimento.
Impactado pela alta dos preços, o próprio consumidor precisou rever seus hábitos de compra, passando a priorizar itens essenciais e adiando gastos considerados supérfluos. Segundo estudo da APAS, realizado em parceria com a empresa de inteligência de mercado Scanntech, 71% dos brasileiros já alteraram seu comportamento de consumo por causa da inflação no último ano. Para o varejo, isso significa precisar saber lidar com os custos operacionais crescentes, mas também encontrar formas de garantir que a experiência do cliente seja, ao mesmo tempo, eficiente, acessível e personalizada para manter a fidelidade do público.
Do ponto de vista interno, o setor encara ainda uma pressão constante no que diz respeito ao corte de despesas de modo que não comprometa a qualidade do atendimento. Em dezembro de 2024, por exemplo, houve um saldo negativo de 536 mil vagas com carteira assinada no mercado de trabalho em geral, segundo o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
O resultado foi o pior para esse mês desde a pandemia e também o segundo pior da série histórica, em termos proporcionais. Vale destacar que o mês de dezembro é um dos mais importantes para o varejo e serviços. Logo, a diminuição do número de vagas deixa claro a urgência das marcas na busca por modelos alternativos mais econômicos, sustentáveis e inteligentes.
É aí que a tecnologia entra em cena, trazendo consigo a possibilidade de ampliar drasticamente a produtividade dos varejistas sem que isso represente grandes investimentos. Por meio da automação de processos recorrentes, como por exemplo o controle de estoque e atendimento ao cliente, é possível redirecionar os recursos humanos em atividades de maior valor estratégico e de impacto. Indo além, com o uso de ferramentas digitais, as grandes marcas do setor conseguem alocar equipes com mais eficiência, reduzir desperdícios de tempo e melhorar a execução de tarefas operacionais.
Outra estratégia eficaz atrelada ao uso da tecnologia está na construção de uma estrutura baseada em dados em tempo real e inteligência de mercado. A partir do auxílio de plataformas analíticas e sistemas integrados, torna-se possível prever demandas, ajustar preços, personalizar ofertas e antecipar comportamentos de compra. Todos estes fatores são fundamentais para assegurar uma melhor experiência de venda ao consumidor, além da redução de perdas de produtores e otimização do giro de estoque. Não é à toa, portanto, que, segundo estudo da Salesforce, 73% dos varejistas brasileiros pretendem ampliar os investimentos em IA ainda em 2025.
O avanço inovativo, porém, não fica restrito somente ao uso de aparatos tecnológicos. Modelos baseados em força de trabalho sob demanda também vem ganhando espaço significativo no varejo competitivo. Contando com o serviço de equipes flexíveis e temporárias, o setor passa a atender picos específicos de demanda (como sazonalidades ou promoções) sem necessariamente arcar com os altos custos fixos de uma estrutura permanente. Apesar de não estar baseado na tecnologia, é importante destacar que o seu uso complementar pode ser fundamental por conta do amparo de importantes indicadores de desempenho, que contribuem para uma operação ainda mais eficiente.
A pergunta que fica, portanto, é: como o varejo pode utilizar a inovação em seu benefício a fim de assegurar inteligência e responsabilidade nas operações? Com as ferramentas e modelos de atuação corretos, torna-se possível reduzir desperdícios, aumentar produtividade, digitalizar equipes, além de tomar decisões mais estratégicas – tudo isso sem precisar comprometer o caixa com grandes investimentos. Diante de um mercado volátil e altamente competitivo, saber priorizar a eficiência pode ser o caminho da sobrevivência e da prosperidade.
*Julio Bastos é CCO do Mission Brasil, a maior plataforma de serviços recompensados do Brasil.