Nos artigos que publicamos hoje, você vai ler sobre: Era do cansaço digital: como elevar as vendas diante do excesso de informações?, Não é apenas sobre mídia, Os 35 Anos da Unicred POA, O valor da criatividade, O fim do preço fixo chegou, Mídia virou gado do Google? Não aceitamos estrangeiros matarem o Pix, mas ficamos calados diante do extermínio da imprensa, Mythago Assina Filmes Da Campanha Viva O Inverno Gaúcho e A renda via celular é real, mas ainda é privilégio de poucos.
Era do cansaço digital: como elevar as vendas diante do excesso de informações?
Por Renata Reis
Os consumidores estão exaustos de comunicações impessoais, genéricas e fragmentadas. Vivemos em uma era do cansaço digital, onde somos sobrecarregados de notificações e estímulos que fazem com que deixemos de ser clientes entusiasmados, para usuários saturados. Se, antes, a novidade era ser digital, hoje, o desafio corporativo é ser relevante para seu público-alvo, o que demanda das empresas um novo olhar mais estratégico nessa relação, rompendo as barreiras deste cansaço digital e transformando essa fadiga em vendas assertivas e uma maior geração de valor nos produtos ou serviços ofertados.
Em dados divulgados pelo McKinsey & Company, 71% dos consumidores esperam interações personalizadas das empresas. Porém, 76% ficam frustrados quando isso não acontece, já que apenas cerca de 24% das marcas entregam experiências verdadeiramente personalizadas na percepção do consumidor. O resultado? Diante de muitas alternativas, consumidores tendem a limitar o número de opções analisadas, com base nos diferenciais que são apresentados a eles.
Muitos acabam preferindo, por exemplo, escolher marcas já conhecidas ou recomendadas, mesmo que tenham que pagar um pouco mais caro por isso, ignorando informações que consideram irrelevantes ou complexas. Seu senso de prazo e urgência também costuma ser um critério determinante nessa questão, priorizando marcas que atendam a esse timing. Ainda, tudo que é exclusivo, ou que traga essa percepção de escassez no acesso, tende a despertar um maior interesse nesta seleção.
Além de serem influenciados por grandes marcas e pessoas, todos os fatores destacados acima acabam ganhando força em sua tomada de decisão, diante de um excesso de informações que recebem diariamente – o que pode levar a um desengajamento seletivo dos consumidores ao ignorarem comunicações genéricas, cancelarem inscrições, silenciarem notificações e, consequentemente, impactar, diretamente, a estratégia de monetização de qualquer empresa que depende de jornadas digitais para vender, engajar ou atender.
O mercado precisa ir além da venda de tecnologia, focando em adquirir verdadeiros resultados de negócio para cada um de seus clientes. Afinal, o crescimento corporativo não virá apenas de escalar canais ou aumentar volume. O verdadeiro diferencial está em ajudar os consumidores a vencerem o cansaço digital com jornadas mais inteligentes, eficientes e personalizadas. Isso significa monetizar não só pela entrega da mensagem, mas pelo impacto gerado na experiência do usuário final.
A era do cansaço digital exige uma nova postura das empresas. Vencer nesse cenário não depende de falar mais alto, mas de falar melhor, o que demanda tecnologia, inteligência e estratégia. Transformar cada interação em uma conexão valiosa, e cada produto em uma experiência que realmente valha a pena. Algo que, para que traga o êxito esperado, exigirá a criação de jornadas de engajamento mais curtas e intuitivas, desenvolvendo produtos que ajudem o cliente a decidir, e não só a receber informação.
Os produtos investidos nesse sentido devem conter soluções de jornada SaaS que permitam orquestrar comunicações multicanais com lógica, contexto e eficiência – reduzindo ruídos e aumentando relevância. Ir além do texto em si, construindo fluxos inteligentes de atendimento, vendas e notificações end-to-end, com interface humana e contexto dentro de um único ecossistema integrado que forneça os serviços adequados de ponta a ponta.
Contribuindo ainda mais com essa assertividade, existem muitos agentes autônomos (AI) capazes de automatizar essa jornada sem desumanizar o atendimento, permitindo interações que aprendam e evoluam com o usuário – um antídoto direto à comunicação robotizada que desgasta a experiência digital. Essas tecnologias facilitarão o uso de dados comportamentais e históricos dos clientes para criar campanhas cada vez mais personalizadas e acionáveis.
Vencer essa barreira do cansaço digital não é algo simples na atual era em que vivemos. Para que tenham maior êxito nessa luta, é importante contar com a orientação de players especializados que forneçam plataformas que orquestrem essa cadeia de comunicação, com canais robustos capazes de suportar essas estratégias.
É urgente, mais do que nunca, que as empresas mitiguem riscos de fadiga digital em seus clientes, provendo soluções completas que entreguem valor real em cada interação entre as partes, a fim de evitar um impacto direto em sua receita. Esforços enormes, mas que, certamente, trarão resultados excelentes para uma relação mais próspera e de confiança com seus consumidores.
Renata Reis é CRO da Pontaltech, empresa especializada em soluções integradas de VoiceBot, SMS, e-mail, chatbot e RCS.
Sobre a Pontaltech
Fundada em 2011, a Pontaltech é uma empresa de tecnologia especializada em comunicação omnichannel que ajuda empresas a automatizar e escalar seus atendimentos com um portfólio composto por diversos canais digitais e de voz. Com soluções integradas de SMS, e-mail, chatbot, RCS, VoiceBot, entre outros, simplifica a comunicação das empresas com seus clientes de forma inteligente e eficiente, sem nunca perder a proximidade humana.
Não é apenas sobre mídia
Por André Oliveira
Mega painel não é apenas sobre mídia.
É sobre mentalidade.
Nos Emirados Árabes, o padrão mínimo já começa em grandeza.
Eles não perguntam: “qual o tamanho da verba?”.
Eles perguntam: “qual o impacto que queremos gerar?”
O case LG Electronics G3 mostrou isso ao transformar uma localização estratégica, entre Dubai e Abu Dhabi, em manchete global.
Uma execução monumental que virou símbolo de poder e ousadia, onde a própria escala se tornou mensagem.
A dimensão era tão colossal que as pessoas, vistas da base, pareciam formiguinhas.
Não era apenas um painel: era um statement urbano.
O maior painel out of home do planeta.
Esse é o tipo de mídia que não disputa atenção.
Ela domina o espaço, marca território e se transforma em ponto turístico.
E por aqui?
O Brasil também tem grandes exemplos de marcas e veículos que estão se reinventando, criando experiências e investindo no OOH como plataforma de narrativa, branding e presença física relevante.
- VEX – 718 m² – Rodovia Presidente Dutra, Santa Isabel (SP)
- Enoxer Painéis – 900 m² – BR-470, Lontras (SC)
O recado é claro:
OOH não é mais “espaço de sobra”.
É plataforma estratégica de marca, de presença e de influência urbana.
Porque, no fim, a mentalidade vem antes da verba.
E a ousadia é quem define o jogo.
Unicred POA
A Unicred Porto Alegre fará no dia 31/7, às 19h, o lançamento do livro comemorativo aos 35 anos da Unicred POA.
Além das memórias da instituição, o material traz um pouco da história do cooperativismo gaúcho.
O Valor da Criatividade
Por Pyr Marcondes
Criatividade de Washington Olivetto para a Bombril contribuiu com 70% do valor financeiro da marca hoje.
Difícil esse cálculo. E para fazê-lo de fato, um trabalho acurado deveria ser feito.
Eu não fiz.
Mas atuei no Brasil com a Brand Finance, especialista nisso.
Com base no meu conhecimento do método de avaliação do intangível (falei sobre isso semana passada), fiz umas projeções que não pretendem ser precisas, mas chamar a atenção para o seguinte:
PUBLICIDADE AUMENTA O VALOR FINANCEIRO DA MARCA
Veja como se faz isso abaixo.
Valores Nominais do Impacto Financeiro das Campanhas de Washington Olivetto na Valoração Financeira da Marca Bombril
O valor da marca Bombril foi estimado pela Brand Finance como sendo de R$ 183 milhões em 2005 .
Dados Operacionais Recentes
O volume de produtos vendidos aumentou 9,7% em comparação com o mesmo período do ano passado e a receita operacional bruta foi de R$ 555 milhões (dados de 2022).
Dados Históricos de Vendas
Em 1976, foram vendidas 48 mil unidades de Bombril , um número que cresceu exponencialmente após o início das campanhas do “Garoto Bombril” em 1978.
Longevidade da Campanha
A parceria durou 35 anos, rendeu 399 comerciais e uma enormidade de vendas, e se tornou parte da cultura popular brasileira .
Análise do Valor Agregado em Termos Nominais
- Valor de Marca Construído
Considerando que a avaliação da marca Bombril foi de R$ 190 milhões em 2005, e que as campanhas do “Garoto Bombril” foram o principal driver de construção dessa marca desde 1978, é razoável atribuir uma parcela significativa desse valor às campanhas de Olivetto.
- ROI das Campanhas
Investimento: Embora o valor exato dos investimentos publicitários não esteja disponível publicamente, campanhas que duraram 35 anos com 399 comerciais representam um investimento substancial
Retorno: A marca se tornou líder de mercado e sinônimo da categoria “esponja de aço”
- Eficiência Publicitária
A longevidade de 35 anos da campanha representa uma eficiência publicitária extraordinária, considerando que:
– Campanhas tradicionais têm ciclo de vida de 2-5 anos.
– O custo de renovação criativa foi minimizado.
– O recall espontâneo da marca atingiu níveis excepcionais.
- Patrimônio de Marca
O valor de R$ 190 milhões (2005) representa aproximadamente R$ 400-500 milhões em valores atualizados pela inflação, demonstrando o patrimônio construído principalmente através das campanhas de Olivetto.
Conclusão Quantitativa
Embora seja difícil isolar precisamente o valor agregado apenas pelas campanhas publicitárias, os dados sugerem que Washington Olivetto foi responsável por construir uma marca avaliada em centenas de milhões de reais, transformando um produto que vendia 48 mil unidades em 1976 em uma das marcas mais valiosas do segmento de limpeza no Brasil.
O valor agregado pelas campanhas pode ser estimado entre 70-80% do valor total da marca, considerando que foi o principal diferencial competitivo e driver de crescimento da empresa.
O fim do preço fixo chegou. E você nem percebeu.
Por Carlos Busch
Você e seu colega compram o mesmo voo. Mesmo horário. Mesmo assento. Mesmo serviço.
Mas… preços completamente diferentes.
A Delta Airlines, uma das maiores dos Estados Unidos, acaba de dar um passo ousado: substituir o preço fixo por preços definidos por inteligência artificial, com base em você — seu comportamento, sua pressa, sua paciência e até seu medo de perder a promoção.
A pergunta que não quer calar:
Quanto você parece estar disposto a pagar?
A inteligência artificial analisa:
- Seu histórico de compras
- Seus cliques e buscas
- Suas preferências ocultas
- E até a sua probabilidade de desistir da compra
Para o time de gestão de receita, isso é um sonho realizado.
Para o consumidor, talvez o início de um pesadelo onde o valor deixa de ser justo e passa a ser oportunista.
Estamos entrando na era do preço dinâmico personalizado, onde cada clique seu é um dado sobre sua urgência, e cada hesitação é uma chance da inteligência artificial te cobrar mais.
Mas até que ponto isso é inteligência a serviço da eficiência, e quando vira manipulação?
Estamos falando de inovação ou discriminação disfarçada?
E se, no futuro, você pagar mais não por comprar mal, mas por ser previsivelmente vulnerável?
Reflexão final:
O mesmo algoritmo que hoje define o melhor momento para uma empresa maximizar sua receita pode, amanhã, ser o mesmo que testa seus limites éticos como consumidor.
Bem-vindo à era dos preços que te conhecem melhor do que você mesmo.
Mídia virou gado do Google? Não aceitamos estrangeiros matarem o Pix, mas ficamos calados diante do extermínio da imprensa
Por Guilherme Ravache
Os sites de notícias estão diante de um colapso anunciado. O modelo atual já não se sustenta: os publishers perdem tráfego, receita e relevância, enquanto alimentam sem retorno algum os sistemas de IA das big techs. São transformados em matéria-prima gratuita para produtos que, no fim, jogam contra eles.
Tudo caminha para um cenário de Google Zero – em que os veículos simplesmente deixam de receber qualquer retorno real vindo da plataforma. O usuário faz a busca, consome a resposta direto no topo da página, e a jornada termina ali mesmo, sem passar por nenhum site de imprensa.
Ainda há quem espere uma mudança de rota por parte do Google. Não se iluda, não vai acontecer. Como os resultados da empresa divulgados semana passada mostram, com a IA as impressões de busca subiram 49%, e a receita com search bateu US$ 54,2 bilhões (+12%), superando as projeções do mercado.
O Google não está freando. Está acelerando. Cresce, lucra e dobra a aposta numa estratégia cada vez mais explícita: manter o usuário dentro da sua própria estrutura, o tempo todo. Para os publishers, o resultado são menos cliques, menos tráfego e um futuro mais incerto.
O AI Overview começou a ser testado também no feed Discover nos Estados Unidos. Ou seja, a lógica do “resumo direto na tela” vai invadir também o espaço que ainda dava algum fôlego para os veículos. Se o clique morre antes de nascer, morre junto a chance de audiência, receita, relevância.
A mensagem é clara: o Google não está nem aí para os publishers e isso não impacta seus lucros.
Quem quiser sobreviver vai precisar encarar essa realidade com mais pragmatismo e menos resignação. É hora de testar modelos alternativos de distribuição, investir em canais diretos com o público e buscar formas de reduzir a dependência da plataforma.
Mas isso, sozinho, não basta. A solução já foi apontada na minha coluna do Valor Econômico desta semana: processar o Google e exigir compensação pelo uso de conteúdo jornalístico é um caminho inescapável.
Só com uma ação coletiva, coordenada e firme, os veículos terão chance de fazer barulho contra o império que a empresa ergueu – um império que lucra sugando justamente o trabalho alheio enquanto mata, aos poucos, a imprensa.
E tudo isso acontece num momento em que a Inteligência Artificial também avança sobre outras fronteiras sensíveis. Governos e empresas ao redor do mundo estão dando acesso a um volume cada vez maior de dados para uso em aplicações de IA que vão dar ainda mais poder a empresas como o Google, e com pouca ou nenhuma transparência.
Infelizmente, os veículos de mídia estão paralisados diante do gigantismo do Google. O argumento é que falta consenso para brigar com a gigante de buscas. É compreensível, ter um colosso monopolista como oponente é aterrador.
É triste dizer isso, mas em boa medida, viramos gado das big techs. Temos um medo terrível de irritá-las.
Não é para menos, a defesa das big techs feita pelo governo Trump impondo tarifas a países como o Brasil e Canadá diz muito sobre o poder dessas empresas. Os milhões gastos por Alphabet, Meta, Microsoft e outras companhias do Vale do Silício parecem ter dado resultado.
Mas se os brasileiros demonstram claramente que não aceitam os americanos acabarem com o nosso Pix, por que aceitariam a destruição da mídia nacional? E mais, se Trump tem autoridade para ditar o que aparece ou não no conteúdo de empresas do Vale do Silício (leia mais abaixo), Trump deveria ditar o que lemos?
Talvez o momento seja oportuno para finalmente termos uma boa briga entre publishers e brasileiros de um lado e o Google do outro.
A IA está “matando” a Busca do Google? Pode estar acontecendo o oposto.
O maior buscador do mundo está, até agora, se adaptando com fôlego à era da Inteligência Artificial. O AI Overview, recurso que entrega resumos prontos direto no topo da busca, já alcança 2 bilhões de usuários mensais – um salto em relação aos 1,5 bilhão do trimestre anterior.
O impacto já aparece nos números: as impressões de busca subiram 49%, e a receita com search bateu US$ 54,2 bilhões (+12%), superando as projeções do mercado. As ações reagiram com alta de 3%.
O dado reforça a tese de que, mesmo com menos cliques – já que os usuários consomem a resposta direto no Google -, a empresa segue forte na monetização. Tanto que aumentou o capex para 2025 de US$ 75 bi para US$ 85 bi, mirando expansão e resposta rápida a rivais como OpenAI e Perplexity.
O desafio que segue no radar: provar aos anunciantes que ainda vale a pena pagar por atenção, mesmo sem garantir o clique.
Principais dados:
2 bilhões de usuários mensais (vs. 1,5 bi no tri anterior)
+49% em impressões de busca
Receita com search: US$ 54,2 bi (+12%; acima dos US$ 52,9 bi esperados)
Ações: +3% após os resultados
Capex 2025: sobe de US$ 75 bi para US$ 85 bi
Riscos no horizonte: queda de cliques e novos buscadores IA-first
E não para por aí…
O novo terror dos publishers: IA do Google resume tudo e mata o clique
O Google resolveu acelerar com os resumos por IA e, no caminho, está passando por cima do jornalismo online. A queda é geral e um novo estudo revela o estrago: sites que antes figuravam no topo das buscas agora amargam quedas de até 79% no tráfego quando são empurrados para baixo pela tal “Visão Geral” (Overview) com Inteligência Artificial.
O resumo gerado pela máquina entrega tudo de bandeja. O clique na fonte original? Vira detalhe dispensável. O impacto é direto: menos audiência, menos receita e mais um golpe em veículos que já lutam para sobreviver na selva do SEO. Para muitos, isso não é ajuste de algoritmo – é ameaça existencial.
O Google, claro, nega. Diz que a IA cria “novas oportunidades”. Mas nos bastidores, o que se ouve é outra história: veículos acusam a gigante de sugar conteúdo alheio, lucrar em cima e ainda dificultar o acesso às fontes originais.
Jogo limpo? Só no discurso. Na prática, a IA está reescrevendo as regras e a imprensa, mais uma vez, não foi convidada para essa conversa.
OpenAI entra no serviço público britânico – mas quem protege o cidadão dessa tecnologia?
O governo do Reino Unido decidiu abrir oficialmente as portas para a OpenAI, oferecendo os serviços públicos como um verdadeiro laboratório de experimentos. Embora o acordo não seja um contrato formal, trata-se de uma “declaração de intenções” que, na prática, libera o uso da IA da empresa por trás do ChatGPT em setores-chave como justiça, segurança, educação e saúde. Pode parecer um avanço tecnológico, mas quem realmente sai ganhando com isso?
A promessa é simples: tornar o serviço público mais rápido e eficiente. No entanto, no pacote vem o acesso da OpenAI a um valioso tesouro de dados públicos, justamente o que alimenta e aprimora seus modelos de IA. Dados que pertencem à população, mas que agora arriscam serem transformados em insumos para produtos comerciais, sem qualquer debate transparente ou fiscalização rigorosa. Quem lucra, claramente, não é o cidadão, mas a big tech que conquistou um passe livre.
O governo fala em defender valores democráticos, mas o que se vê até agora é um projeto nebuloso, sustentado por uma confiança cega em promessas de inovação. O próprio secretário de tecnologia, Peter Kyle, admitiu que o Estado britânico não consegue competir com empresas globais. E talvez esse seja o cerne do problema: quando o governo desiste de governar e se torna sócio da tecnologia, quem perde é a sociedade.
No fim das contas, esse acordo é um retrato do caminho que o Reino Unido – e possivelmente outros países – está trilhando. A IA entra sorrateiramente pela porta dos fundos do setor público, com ares de eficiência, mas sem nenhuma garantia de ética, transparência ou controle real.
“Big Brother” digital? Austrália implanta vigilância total para usar a internet
A internet australiana está prestes a passar por uma transformação nunca antes vista. Isso porque, a partir de dezembro, qualquer plataforma online – de buscadores a lojas de apps, de chatbots a redes sociais – terá que saber exatamente quem você é, exigindo verificação rigorosa de sua idade.
Oficialmente, o objetivo é proteger crianças de conteúdos inadequados. Na prática, é a construção de um novo modelo de vigilância digital em que verificar sua identidade pode virar rotina até para fazer uma simples busca no Google.
Os novos códigos preveem métodos invasivos: análise de histórico de uso, reconhecimento facial e exigência de documentos oficiais. Tudo amparado pela justificativa da “segurança infantil”. Mas quem não obedecer a essas regras pode ser multado em até 50 milhões de dólares – tornando o cumprimento uma obrigação inegociável.
Enquanto o governo insiste que a medida é “proporcional e necessária”, especialistas alertam para um perigo real: entregar ainda mais poder às mesmas gigantes de tecnologia que, por anos, operaram com regulação mínima ou nenhuma. A ironia é cruel e a solução para o domínio dessas empresas pode ser simplesmente… mais concentração de poder.
O resultado? Quebra do anonimato, vigilância em massa e um futuro digital onde privacidade será cada vez mais uma ilusão aceita como “efeito colateral”.
Trump dá um basta na “IA woke” e ameaça virar o jogo tecnológico dos EUA
O governo Trump declarou guerra à chamada “IA woke” – modelos de Inteligência Artificial que buscam ser inclusivos, combater preconceitos e refletir diversidade. Na prática, isso significa censurar vieses negativos e evitar que a tecnologia reproduza desigualdades históricas. Só que, para a administração americana, essa “IA woke” virou um problema político.
Por isso, com uma ordem executiva, o governo vetou que ferramentas alinhadas a esses valores progressistas recebam contratos federais. É o paradoxo: enquanto os EUA se posicionam como heróis da “IA democrática” contra a censura chinesa, Trump impõe uma “neutralidade” que, na prática, silencia debates cruciais sobre raça, gênero e justiça social.
E não para por aí: Elon Musk e sua xAI já estão na jogada, conquistando contratos federais enquanto seu chatbot se espalha com discursos polêmicos e radicais.
O ponto-chave? Neutralidade na IA é um mito: afinal, toda linguagem carrega algum viés. A verdadeira questão é: quem decide o que é “imparcial”? E o que acontece quando a política não apenas molda o que a IA pensa, mas também o que ela tem permissão para dizer (ou não)?
Essa ordem não é só uma medida técnica, é um terremoto cultural que pode redefinir a tecnologia dos EUA – e, consequentemente, do mundo.
Craques da IA em disputa: Vale do Silício despeja super salários para montar o time dos sonhos
Na semana passada, mostramos como os EUA estão jogando pesado para dominar a corrida da Inteligência Artificial, investindo US$ 90 bilhões em infraestrutura e energia. Agora, a disputa mudou de patamar: é a vez de garantir os melhores cérebros do planeta.
Meta, Apple, OpenAI e outras gigantes do Vale do Silício estão travando uma batalha feroz por pesquisadores – verdadeiros astros da IA – oferecendo bônus que ultrapassam facilmente os US$ 100 milhões.
Mark Zuckerberg montou seu próprio “Real Madrid da IA”: contratou dezenas de talentos de ponta, ergueu data centers monstruosos como o Hyperion, e persegue um objetivo ambicioso – criar uma Superinteligência que mude de vez o jogo. A grana está tão farta que executivos estão deixando a Apple para ganhar o triplo do salário só para liderar times de IA generativa.
Essa é a nova Guerra Fria tecnológica: uma corrida de cérebros onde quem montar o melhor time leva nada menos que o futuro. E a tensão só aumenta, pois quase metade dos principais pesquisadores do mundo está na China. As big techs sabem que perder esses talentos agora pode significar abrir mão da liderança para sempre.
Mythago Assina Filmes Da Campanha Viva O Inverno Gaúcho.
A campanha Viva o Inverno Gaúcho é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Turismo do RS, que visa consolidar o Rio Grande do Sul como um dos principais destinos turísticos do Brasil.
Com criação da Agência Hoc, produção da Mythago com direção de cena de Mocita Fagundes e equipe, a campanha “Viva o Inverno Gaúcho” mostra o Estado preparado para receber turistas de todo país e propõe expandir as ações planejadas até setembro, com a proposta de fortalecer a identidade do inverno gaúcho, impulsionar o turismo nacional e atrair visitantes de diferentes regiões do país, especialmente dos principais mercados emissores.
“Mais do que mostrar atrações do Rio Grande, a nova campanha do turismo é um grande convite à experiência, a viver tudo que o nosso estado tem de único e especial, despertando o desejo de todos os turistas para conhecer nosso inverno e seus encantos que ficam pra sempre na memória”, reforça Gregório Leal – Head de Criatividade da Hoc.
O objetivo da campanha está sendo promover o turismo nacional e atrair visitantes dos principais mercados emissores do país, com foco em praças prioritárias como São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Pernambuco, Espírito Santo e Distrito Federal. A campanha está no ar em mídia tradicional, veículos de comunicação, ambiente digital, redes sociais e em pontos estratégicos como aeroportos, salas de cinema e avenidas de grande circulação, ampliando a visibilidade do destino Rio Grande do Sul durante os meses mais frios, convidando todos a descobrirem a força do nosso inverno. Além disso, existe um segundo filme produzido especialmente para o mercado interno para veicular em feiras, eventos regionais e redes sociais.
Para Natacha Gastal, diretora de publicidade institucional do Governo do RS, “Mais do que uma campanha, Viva o Inverno Gaúcho é um movimento que une diferentes setores pela retomada do nosso turismo. Um conjunto de filmes e peças complementares, apresentam os recantos e encantos que só o Rio Grande do Sul tem. E a Mythago, com a riqueza de imagens e o olhar único da Mocita, tem sido nossa grande parceira para a divulgação do turismo gaúcho.”
Ficha Técnica
Cliente: @governo_rs @secom_rs @setur.rs
Agência: @hoc.ag
Direção geral: @mocitafagundesoficial
Direção de Cena: @guidoantonini
1º Assistência de direção: @fefa.jung
Coordenadora e diretora de produção: @marciabelloc
Assistência de produção: @krothrafa
Contrarregra / Set: @omaudoset
Direção de fotografia: @luministta
1° assistente de foto: @gus.rodrigues__
2° assistente de cmera: @marxfranzen
Produção de elenco: @fabinhafreitas
Figurinista: @daisenger_figurino
Assistente de figurino: @ieda.ferreira.77377
Make: @barbaradegrandi
Elétrica: @joffontana @nicolashuf
Som direto: @mayersnina
Produtora de áudio: @radioativa
Montagem e Finalização: @luititodeschini @paulodorneles e Guilherme
Atendimento: @mirelaseverino
Comunicação: @miltinhotalaveira
Aprovação pelo Cliente:
Caio Tomazeli | Secretário de Comunicação do Governo do Estado
Ronaldo Santini | Secretário de Turismo do Governo do Estado
Natacha Gastal | Diretora de Publicidade do Governo do Estado
A renda via celular é real, mas ainda é privilégio de poucos
Por Paulo Silva, CEO da Filtrify*
O Brasil vive hoje um fenômeno inédito em que o celular, que por muito tempo foi símbolo de consumo e status social, transformou-se em uma ferramenta essencial de sobrevivência. Em um país com mais smartphones do que habitantes, são mais de 249 milhões de dispositivos ativos, segundo a pesquisa Panorama Mobile Time e Opinion Box, a geração de renda por meio do celular deixou de ser uma exceção para se consolidar como uma alternativa concreta. Para milhões de brasileiros, o aparelho na palma da mão representa muito mais do que um meio de comunicação. Ele se tornou a principal via para pagar contas, complementar a renda e, em inúmeros casos, iniciar um pequeno negócio ou manter um trabalho informal.
A força dessa tendência decorre da combinação de dois fatores que se intensificaram nos últimos anos. De um lado, a ampla popularização da tecnologia móvel, que ampliou o acesso à internet e às plataformas digitais. Do outro, um cenário econômico caracterizado pela instabilidade, pelo crescimento da informalidade e pela crescente urgência por autonomia financeira. Atualmente, mais de 60 milhões de brasileiros acessam a internet exclusivamente pelo celular, de acordo com dados da pesquisa TIC Domicílios 2023. Paralelamente, o número de microempreendedores individuais no país já ultrapassa 14 milhões, após registrar um crescimento superior a 33% em apenas quatro anos. Em muitos desses casos, o próprio celular passou a ser a principal, e às vezes única, ferramenta de trabalho.
No entanto, é fundamental reconhecer que esse movimento, embora representativo, está longe de ser plenamente democrático. A maior parte das pessoas que utilizam o celular como fonte de renda não o faz por vocação empreendedora, mas por falta de outras opções. Trata-se, majoritariamente, de jovens e adultos com escolaridade média, que recorrem a essas plataformas como uma forma de complementar o orçamento doméstico. Segundo o Ipea, mais de um milhão e meio de brasileiros atuam em aplicativos de transporte e delivery como principal fonte de renda. Embora esses modelos ofereçam certa flexibilidade, eles também estão marcados por incertezas, ausência de direitos trabalhistas e insegurança financeira.
Além dos desafios individuais, existem barreiras estruturais que limitam o verdadeiro potencial dessa nova economia digital. Uma pesquisa da Serasa Experian aponta que metade dos microempreendedores brasileiros nunca conseguiu acessar crédito bancário, o que compromete a sustentabilidade e o crescimento de seus negócios. Além disso, cerca de 22% da população não tem condições mínimas para trabalhar remotamente, seja por falta de equipamentos adequados ou de conexão à internet de qualidade. Para completar esse cenário desafiador, o número de pessoas que acumulam dois ou mais empregos para fechar o mês cresceu de 5% para 12% em apenas dois anos, segundo o Ipec.
O avanço da chamada renda digital representa um dos capítulos mais emblemáticos da transformação do trabalho no Brasil contemporâneo. No entanto, para que essa mudança se traduza em inclusão real, ela precisa vir acompanhada de políticas públicas e ações concretas. Investimentos em capacitação digital, ampliação do acesso a crédito, combate a fraudes e criação de mecanismos de proteção social para os trabalhadores conectados devem estar no centro da agenda. O celular pode, sim, ser uma porta de entrada para o empreendedorismo, mas não deve ser visto como solução automática ou suficiente para lidar com desigualdades históricas e estruturais.
A tecnologia possui um enorme potencial para criar oportunidades concretas e promover transformações significativas na vida das pessoas. O verdadeiro desafio reside em assegurar que essas oportunidades cheguem a todos os brasileiros, especialmente àqueles que ainda enfrentam barreiras para acessá-las, e não apenas àqueles que já dispõem dos recursos e conhecimentos necessários para aproveitá-las plenamente.
*Paulo Silva é CEO e Fundadora da Filtrify com uma sólida carreira na área de tecnologia de mais de 22 anos e no mercado de empreendedorismo há 13 anos. Já ocupou cadeiras de diretoria em fintechs e agritechs. Fundou diversas startups onde acumulou um vasto conhecimento no mercado de inovação.